terça-feira, 28 de agosto de 2018

Festa de Agosto - Monte Azul Paulista-SP

A Festa do Senhor Bom Jesus, chamada Festa de Agosto, na década de 40 em Monte Azul Paulista.
Anúncio da Festa em nosso jornal O Município (atual A Comarca) em 1924.

A Comarca convida seus leitores a viajarem no tempo e recordar, com texto e fotos, um pouco da tradição da Festa do Padroeiro Senhor Bom Jesus, ou Festa de Agosto, como todos ainda chamam. A coluna “Memórias” de Gente da Nossa Terra (GNT) homenageia neste mês os monte-azulenses que lutaram e ajudaram, voluntariamente, na realização da festa, em todos os seus anos, muitos que não estão mais entre nós e outros que ainda ajudam nos festejos. Nossa pauta foi complementada com informações e fotos dos nossos arquivos e pelas duas edições do livro “Monte Azul Paulista A História da sua Existência (1995 e 2009), escrita por João Francisco Massoneto.
 
As barracas da Festa na década de 60.
INÍCIO
A festa teve início em 1909 na Praça Rio Branco, que na época ainda tinha a denominação de Largo Santa Cruz, ou Praça da Igreja. O primeiro presidente a comandar a festa foi Joaquim Raimundo Inácio. Não há registro dos jornais da época sobre a realização da festa em anos anteriores. A única divulgação nos jornais era feita pelo anúncio do cartaz dos festejos. Uma propaganda datada do dia 24 de setembro de 1909 e outra de julho de 1913.

DIREÇÃO
O jornal “A Semana”, de 15 de julho de 1913, apelava à comunidade para que alguém tomasse a direção das festividades, cuja realização naquele período era incerta. Atendendo ao apelo, assumiram a responsabilidade João Vono, Tenente Idalino de Moura, Hermelindo Neves, Francisco Manoel Rodrigues, Joaquim Honório Ferreira, Francisco Correia Bernardes e Manoel Avelino.

DESCONTENTAMENTO
A notícia da Festa em nossas páginas no ano de 1917.
No ano de 1917 um descontentamento muito grande tomou conta dos munícipes, incluindo protestos e discórdias. O principal motivo foi a colocação como esteio da barraca principal o cruzeiro, marco inicial da fundação da cidade, cobrindo-o com lona e servindo ele como suporte.

DATAS
Os festejos não tinham data fixa para serem realizados, chegou a acontecer mais em outubro do que em outros meses. Chegou-se a ter a noticia estampada no jornal “O Município” (nosso atual A Comarca), edição do dia 25 de novembro de 1917, que a festa seria realizada no dia 2 de dezembro daquele ano. Os resultados dos festejos eram, de início, para ampliar a estrutura da Igreja Senhor Bom Jesus, fatos registrados desde o início, em 1909, até recentemente. Curiosidade: a estrutura da festa era utilizada, após o término dos festejos, por algumas entidades, como o Lions e o Asilo, para fazer suas próprias quermesses. E, a partir dos anos 90, entidades beneficentes passaram a fazer parte da festa, com voluntários ajudando, recebendo assim parte dos lucros.

ATUAL
Neste ano de 2018 a Festa do Padroeiro Senhor Bom Jesus sofreu modificações radicais em sua estrutura e organização, com o novo pároco assumindo em janeiro. Após 8 anos as lonas de circo não foram instaladas, deixando o ambiente bem mais aconchegante e seguro com as novas barracas, praticamente sem cordas. A festa passou a ser feita nos três primeiros finais de semana de agosto, deixando a tradição do fim de semana das férias escolares de lado, que havia desde os anos 70. Também o principal fornecedor das bebidas, há mais de 70 anos, deixou de ser a monte-azulense Distribuidora de Bebidas Avelino Gomes, que também fornecia as mesas e cadeiras, e pertence a descendentes de fundadores da festa. Outro fato que mudou foi a bandeira da festa, que sempre permanecia no recinto, mas o padre preferiu deixá-la dentro da Igreja Matriz. Em compensação, outras tradições foram mantidas, como a Procissão dos Balõezinhos (VER MATÉRIA ABAIXO), no início da festa, com a juíza da festa e sua família carregando a bandeira, e logicamente a Procissão do Senhor Bom Jesus, no dia 6 de agosto.

A bandeira da Festa em 2008,
na tradicional Procissão dos Balõezinhos.
RESULTADOS
Em 2017 o resultado da festa serviu para manter as melhorias na Paróquia e ajudar as principais entidades beneficentes de Monte Azul Paulista. Para este ano de 2018 o resultado deve ser realizado com mais agilidade, depois da implantação do sistema de fichas informatizadas, outra boa novidade da festa, segundo a maioria das pessoas. Neste final de semana os organizadores sorteiam um carro zero km no dia 19, domingo, último dia dos festejos deste ano, e os resultados serão destinados para as obras da igreja, em especial para a capela de São Judas Tadeu, e para entidades beneficentes. Fica uma constatação, sempre: não há como agradar a todos, mas a tradição dos festejos é um tesouro inestimável da cidade, onde as pessoas passam, mas a festa deve continuar, de preferência com os monte-azulenses e suas empresas devendo ser, sempre, a principal prioridade.


Na Festa de 1939.
Barraca na Festa de 1966.
Banda na Festa nos anos 70.
Procissão da Festa de 1980, com o saudoso padre Izidro Zapata.
As barracas da Festa na praça Rio Branco em 2015. (foto de Pedro Batistela)
As barracas da Festa em 2018.

Procissão dos Balõezinhos 2010.
Procissão dos Balõezinhos em 2013.
Procissão dos Balõezinhos em 2017.

A Procissão de Monte Azul

Balõezinhos em 2015.
Procissão dos Balõezinhos em 2015.
Monte Azul Paulista nasceu graças à fé de fiéis católicos e à ajuda de pessoas desbravadoras, que aqui vieram e fizeram o possível para criar uma cidade planejada, composta por pessoas tementes a Deus. Assim, sempre que a igreja católica precisava de ajuda a resposta era imediata, assim permanecendo até os dias atuais. Portanto, segundo diversas testemunhas, quando o pároco local nos anos da década de 1950, monsenhor Antonio Bezerra de Menezes, criou uma procissão para iniciar a já famosa Festa do Senhor Bom Jesus (Festa de Agosto), o apoio foi total, e criaram balõezinhos para carregar as velas no trajeto da casa da juíza da festa até a praça Rio Branco, onde sempre foi realizada a festa. Depois de alguns anos a procissão ficou conhecida como Procissão dos Balõezinhos, e assim permanece até os dias atuais, com as bênçãos de todos os padres que passaram por aqui. No próximo dia 3 de agosto acontece mais uma procissão, saindo da casa de Alice Baraldi, à rua Julião Arroyo, 430, às 18:00 horas, seguida pela missa e hasteamento da bandeira. Com mais de 60 anos, a Procissão dos Balõezinhos é uma tradição bem particular dos fiéis católicos monte-azulenses, que emociona a todos e nos faz recordar de um pároco que marcou época em nosso município, onde ficou por mais de 20 anos. Esperamos que a tradição permaneça.

Procissão dos Balõezinhos em 2016.



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