terça-feira, 13 de outubro de 2020

MEMÓRIA: CORONEL AURELIANO JUNQUEIRA FRANCO

Gente da Nossa Terra (GNT) procura contar um pouco da história de grandes personagens da História política de Monte Azul Paulista, de pessoas que ajudaram a desenvolver a nossa cidade. Em tempos de eleições municipais, onde atualmente coisas básicas são reverenciadas como grandes conquistas, é preciso sempre lembrar que tivemos grandes políticos, que além de conseguir muito para o município, ainda doaram parte do próprio patrimônio, deixando um legado inestimável. Nesta edição retratamos um pouco da vida do Coronel Aureliano Junqueira Franco, o famoso Coronel Licas, que entre tantos serviços prestados e importantes colaborações, teve merecidamente seu nome gravado no Grupo Escolar, inaugurado em 1951, pelo governo do Estado, e também numa praça municipal.


CORONEL LICAS

Para chegar a esta história pesquisamos os livros “As Ruas de Minha Terra” e “Monte Azul Paulista - A História de sua existência”, ambos de João Francisco Massoneto, que retratam a denominação da praça Coronel Licas e um pouco da História deste importante personagem para o município. Também pesquisamos os exemplares de nosso jornal de sua época. O nome desse digno cidadão é Aureliano Junqueira Franco, filho de Antonio Júlio Junqueira Franco e de Carlota Ubaldina Diniz Junqueira, nascido a 4 de agosto de 1875 na Fazenda da Barra, que pertencia a Bebedouro. Viria a se tornar o Coronel Licas.

Coronel Aureliano, sua esposa Adelina e seus 8 filhos em 1930.

FAMÍLIA JUNQUEIRA

A tradicional família já residia e possuía terras em nossa região, antes mesmo da fundação de Monte Azul Paulista. Após Felipe Cassiano e Joaquim da Costa Penha darem início ao Patrimônio, tiveram, entre outros, como fiel aliado Aureliano Junqueira Franco, que durante toda sua vida, até o seu falecimento, em 7 de setembro de 1949, esteve à frente de partidos políticos, envolvido direta ou indiretamente no engrandecimento da nossa cidade.

TERRAS

Consta que no início, por volta de 1896, quando da fundação do Patrimônio, a família Junqueira, tendo à frente Aureliano Junqueira Franco, teria doado terras para a formação do mesmo, e isto faz sentido, pois a rua São Pedro, em direção a Colina, situava-se na Fazenda Palmeiras, propriedade da família, que incluía suas imensas glebas de terras. Hoje há convicção de que parte da cidade está localizada na então fazenda Palmeiras.

Coronel Aureliano, sua esposa e parte da família Junqueira em 1940.

POLÍTICO

Coronel Aureliano Junqueira Franco foi vereador e presidente da Câmara Municipal, eleito em 23 de maio de 1936 quando os Poderes Legislativos voltaram a se reunir, após o governo de Getúlio Vargas, em 1930, extinguir o Poder Legislativo. Entre tantos serviços prestados, marcou seu nome para sempre na História de Monte Azul Paulista quando foram queimados pelo Embaixador José Carlos de Macedo Soares, em ato simbólico no edifício em construção do futuro Grupo Escolar, os papéis de uma suposta dívida, de valores bem altos, com o município de Bebedouro, que nunca havia sido provada com documentos. Sua atuação foi fundamental para encerrar um ciclo que estava segurando o desenvolvimento do município. Foi um árduo defensor da Educação, batalhando sempre pelo ensino. Consta que o primeiro grupo escolar da cidade, instalado em 20 de julho de 1918, teve o Coronel Licas como principal batalhador pela conquista. Assim, após o seu falecimento, mereceu uma importante homenagem. Teve seu nome gravado na inauguração do então Grupo Escolar, em 1951, que atualmente se chama EMEF Cel. Aureliano Junqueira Franco. A Prefeitura também resolveu nomear uma praça com o seu nome, onde hoje estão o Clube Recreativo Monteazulense, a Maternidade Fernando Magalhães e o Saúde da Mulher.

Queima dos papéis da "dívida" de Monte Azul Paulista nas obras do futuro Grupo Escolar, em 1946.

FAMÍLIA

Aureliano Junqueira Franco deixou um legado político inestimável. Foi um dos principais nomes que comandaram a organização dos primeiros terrenos do município, junto com o capitão Domingos José Cione. Colaborou para ser construída a primeira capela do Senhor Bom Jesus na praça Rio Branco, a primeira delegacia, e outros edifícios públicos. Foi Juiz de Paz, ou Juiz de Casamentos, em 1916. Residiu à rua São Pedro, no então número 10, próximo à atual casa lotérica, onde hoje existe um terreno vazio, murado. Foi casado com Adelina Junqueira Franco, e tiveram 8 filhos: Mauro, casado com Maria José Kuhlmann Junqueira Franco, Maria de Lourdes, casada com José Henrique de Azevedo Marques, Jefferson, casado em primeiras núpcias com Maria Aparecida Marinho, e em segundas núpcias com Maria Aparecida Junqueira Franco, Washington, casado com Adelina Botelho, Newton, casado com Olga Barbeiro Messas, Norma, casada com Darci Rocha Campos, Jairo, casado com Marta Dib Junqueira Franco, e Caio, casado com Anita Diniz Junqueira. Muitos de seus descendentes vivem atualmente no município, e seguem seu exemplo de amor e dedicação ao município. 

Capa de nosso jornal, na época "O Município", em 1949.




A notícia sobre o nome dado ao Grupo Escolar pelo Governo do Estado em 1949.

Reprodução da notícia acima.