segunda-feira, 31 de março de 2014

EDITORIAL



GOLPE DE 1.964

Um presidente incompetente, Guerra Fria, Cuba, Estados Unidos, radicais de direita e esquerda, Forças Armadas, religiosos, agitações e manifestações, além de uma economia com níveis de inflação inéditos. Junte-se tudo isso a um sistema político falido, temos como resultado as condições para um golpe de Estado, protagonizado por governadores, deputados, senadores, civis e militares, apoiados pelos Estados Unidos e pela maior parte da população com nível educacional e econômico mais elevado. Isso pode ser um resumo do golpe de Estado que aconteceu há 50 anos, em 31 de março de 1.964.
O golpe, na verdade, pode ser considerado como uma consequência de radicalismos de todos os tipos, que refletiam uma época em que o comunismo da extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), atual Rússia, e o capitalismo dos Estados Unidos da América travavam uma batalha pelo mundo todo, tentando impor seus sistemas de governo a qualquer custo, a chamada Guerra Fria.
Monte Azul Paulista não ficou à parte. Nosso jornal refletia em suas páginas o que ocorria na grande maioria da imprensa falada e escrita, ou seja, o medo do comunismo e da baderna assumia proporções alarmantes. O comunismo era tido como antidemocrático, antiliberdade e antireligioso, portanto, um mal que poderia atingir o país, reflexo do sucesso (à época) da Revolução Cubana de Fidel Castro, que parecia ser o caminho a seguir pela maioria dos países da América Latina, com seus níveis sociais extremamente desiguais. O Brasil ainda tinha um presidente que assumiu em meio aos problemas causados pelos antecessores, Juscelino Kubistcheck de Oliveira e Jânio da Silva Quadros, o primeiro com os gastos excessivos na construção de Brasília e o segundo com a renúncia ao cargo de presidente. Foi tentada inclusive a implantação do regime parlamentarista naquela época, mostrando que o Brasil estava sem um comandante que fosse respeitado por todos e um sistema político completamente desacreditado.
João Goulart, apesar de ter boas intenções com a classe mais baixa da população, era incompetente na condução política, pois o confronto estava claramente entranhado em sua pele, logicamente como reflexo da oposição que o combatia desde os tempos do antecessor Jânio Quadros. Uma oposição golpista, cheia de pessoas que se diziam democráticas, mas na verdade estavam planejando tomar o poder. Goulart era visto como comunista, assim como alguns governadores e outros políticos, chamados de agitadores comunistas. E isso preocupava a classe empresarial, a classe média e a igreja, que à época era extremamente conservadora e influente na política.
A Comarca, assim como a maioria dos jornais, apoiou o golpe, e desejou que novas eleições fossem realizadas o mais rápido possível para a escolha de alguém mais competente para o cargo de presidente. Infelizmente, todos nós sabemos que isso não ocorreu, ou melhor, tudo foi se transformando aos poucos, sem que o país se desse conta de que uma ditadura estava sendo implantada em nosso país. Alguns, logicamente, o sabiam. Apoiavam ou combatiam.
A Comarca entende os motivos para o golpe, mas deseja que isso nunca mais se repita, que os militares não precisem mais voltar ao poder por meios antidemocráticos, e espera também que os civis, especialmente nossos políticos, tenham a inteligência e a atitude de perceber que é com diálogo, determinação e competência administrativa que se constrói um país. Sem corrupção e baderna, com respeito ao patrimônio público e privado e às instituições. 
Evoluímos muito desde aquela data, mas muito ainda há a ser feito. Hoje, o comunismo é tido como um sistema ultrapassado, ainda antidemocrático. Cuba não passa de uma ditadura. A Russia e os Estados Unidos mostram que ainda continuam tentando impor seus sistemas e suas influências ao mundo, mas desta vez sendo mais combatidos e questionados. Um mundo multipolar, com esses dois países, mais a China e outros países, incluindo o próprio Brasil, determinam rumos a seguir sem considerar especificamente o sistema político, ou seja, capitalismo ou comunismo. Isso deixou de existir, apesar de alguns setores insistirem nessa disputa. Nenhum deles venceu. O que se percebe é que o meio termo seria o ideal, especialmente em países onde a educação passa a ser o principal fator de desenvolvimento humano e material. Países que investem maciçamente na educação conseguem sair mais facilmente da pobreza extrema para uma melhor divisão de suas riquezas. Infelizmente, o Brasil ainda está longe desse ideal, desse objetivo, e é preciso maior urgência nesse aspecto, para que a população se torne menos dependente do Estado, e saiba valorizar o trabalho e a educação como principais fatores de melhoria social. A educação deve ser priorizada nesse sentido.
Quanto ao golpe, tenhamos em mente que nunca mais ocorra, pois seria um retrocesso.
NUNCA MAIS! 

segunda-feira, 17 de março de 2014

Processo de Licitação das ETEs finalmente na fase final

As Estações de Tratamento de Esgoto de Monte Azul Paulista parecem chegar finalmente à etapa de escolha definitiva da empresa que será responsável pelas obras. O Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão ligado à Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, publicou no Diário Oficial do Estado a Concorrência Pública nº 003/DAEE/2013/DLC para a contratação e execução de emissários, estações elevatórias de esgotos, coletores tronco, linhas de recalque e as próprias ETEs (Estações de Tratamento de Esgotos), integrantes do Sistema de Esgotos Sanitários, contemplando 29 municípios, entre eles Monte Azul Paulista.
Foi habilitada a fazer a obra a empresa Enpavi Construção, Engenharia e Pavimentação Ltda., de Santo Amaro - SP, que apresentou a proposta no valor de R$ 5.695.891,31. A Comissão Especial Julgadora da Licitação deu um prazo de cinco dias para interposição de recursos. Caso não haja contestação de nenhuma empresa concorrente, haverá a homologação da mesma e as obras poderão ter início num prazo máximo de 30 dias.
No final de abril de 2013, há um ano, o governador Geraldo Alckmin esteve pessoalmente em Monte Azul Paulista anunciando as obras das ETEs, fundamentais para o desenvolvimento da cidade e preservação e limpeza de nossos rios e nascentes, pois após construídas, a cidade terá 100% de seu esgoto tratado. Atualmente, apenas cerca de 20% da cidade tem esse tratamento. (Da Redação)

Geraldo Alckmin na Câmara de Monte Azul Paulista em 27 de abril de 2013.