sexta-feira, 1 de junho de 2018

Memórias de "Tia Filhinha"


Gente da Nossa Terra (GNT) traz para os leitores e leitoras de A Comarca desta semana a série mensal “Memórias” com uma história que vai mexer com muitos monte-azulenses, na recordação e no emocional, afinal fomos pesquisar a vida desta pessoa com quem esteve muito próxima dela. Estamos falando da história de Maria Antonieta Marocelli, mais conhecida como dona “Filhinha”, e aqui relatada por sua sobrinha, a advogada Meive Cardoso, que nos detalhou fatos curiosos desta exímia costureira, que trabalhou até cerca de 40 anos atrás. “Foi uma época de ouro, diferente, e falar da minha querida tia ‘Filhinha’ me proporciona muita emoção. Ela era filha de Thomaz Marocelli e Philomena Pagnano Marocelli e viveu até os anos 90, dedicando sua vida à família e à formação dos seus irmãos Mário, Moacir, Maria de Lourdes e Milton. Com 14 anos perdeu a mãe e um dos irmãos e, com as dificuldades financeiras do pai, resolveu trabalhar com costura e cuidar da casa”.

AUTODIDATA
“Ela gostava muito de leitura, e era autodidata, estudos mesmo foram poucos, até descobrir o talento e amor pela costura. Quando começou já sabia que anos mais tarde poderia fazer algo para ajudar as pessoas a serem mais felizes. O auge da profissão deu a ela o glamour de costurar para muitas mulheres em Monte Azul Paulista, Bebedouro, Olímpia, Marcondésia e até São Paulo”.

DIRETORA E PRESIDENTE
“Naquela época era preciso criar algo para unir os amigos e a sociedade em torno da alegria e lazer. Foi quando então se tornou diretora do Monte Azul Tênis Clube e, posteriormente, presidente. No clube organizou bailes, programou todas as decorações de festas e dedicou a vida em prol da diversão e entretenimento. Na costura ainda realizou, nas dependências do clube, eventos como desfile de moda, incluindo desfile com as crianças da época, trouxe bandas e conjuntos famosos para o clube, como o Cassino de Sevilha, entre outros”.

AMIGO
“Com o amigo Dirceu Pizarro fez uma parceria que uniu a arte da costura com a pintura e as decorações de Natal, Carnaval e Bailes Caipiras eram cada vez mais sofisticados. Recordo as fantasias que eram bem criativas e cheias de luxo e glamour. Teve um evento no clube, tipo de uma peça de teatro, que chamava ‘O Sonho da Martinha’, com participação de crianças, e isso marcou muito para todos que curtiam aquele momento”.

PÁSCOA
“Na Páscoa ela criava situações que eram uma delícia, como fazer uma árvore e colocar bombons e chocolates em torno dela e chamar as crianças para curtir o momento e a data. Foi assim durante sua vida, fumou muito e dedicou sua vida para a família, irmãos e amigos. Não se casou e me lembro de uma vez que, em uma das fantasias, ela usou um pano roxo de uma funerária para vestir o Ângelo Carminati Júnior como toureiro e ficou lindo. Tudo assim, com muitas ideias e dedicação. Dona Lizetti (Carminatti) teve um vestido de noiva lindo, entre outras mulheres que fizeram parte desta historia. Quero agradecer em nome da família esta homenagem criada na coluna GNT de A Comarca falando um pouco da nossa eterna ‘Dona Filhinha’. Muito obrigado”, disse Meive Cardoso, sobrinha da homenageada.


Turma escolar em 1928.
Baile com o "Cassino de Sevilha" em 1954 no Tenis CLube de Monte Azul Paulista.
Ornamentação de Carnaval no Tenis Clube com pintura de Dirceu Pizarro.
Fantasias infantis criadas por Tia Filhinha Marocelli.
O vestido de noiva de Lizetti Carminatti e roupa em desfile vestida por Cacilda Cester Arroyo: criações de Tia Filhinha.
Baile caipira com criações de Tia Filhinha Marocelli.

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