segunda-feira, 22 de agosto de 2022

MONTE AZUL PAULISTA - 126 ANOS DE FUNDAÇÃO (parte 2)

CONQUISTAS: Fatos e Fotos NOVO PROGRESSO A partir da década de 1950, com o boom pós-Guerra, o Brasil se destacava como uma das nações mais importantes do mundo, se desenvolvendo rapidamente, e Monte Azul Paulista seguia esses passos, lembrando um pouco os tempos de prosperidade do café, de 30 anos antes. A avenida da Saudade seria construída naquele ano, ao lado da então ferrovia. Seria duplicada apenas em fins da década de 1980. Também era inaugurado o edifício da escola do distrito de Marcondésia no ano de 1953. Diversos acontecimentos merecem destaque, como a inauguração do edifício do Ginásio Estadual, inaugurado em 7 de junho de 1953, importante obra, que hoje abriga uma escola municipal, a EMEI Zenaide Calil Rosinha.
O ano de 1954 traria novidades especiais aos monte-azulenses. Nosso município se tornaria comarca em 1º de janeiro, se separando em definitivo dos trâmites burocráticos e judiciais de Bebedouro. Nosso jornal mudaria então de nome, de “O Município” para o atual “A Comarca”, marcando a data. A construção do Hospital São Vicente de Paulo (atual Senhor Bom Jesus), criado em fevereiro de 1953 e inaugurado em 17 de março de 1957, que seria mantido pela Sociedade São Vicente de Paulo (criada quando da fundação do asilo, em 1934) até a década de 2000, também foi um marco da época, que selou uma nova fase de divergências políticas, culminando com a inauguração de um novo clube social em 1954, que seria marcante para o município, o Clube Recreativo Monteazulense, pois construiu uma piscina olímpica, fato inédito em toda a região naquela época. Na inauguração, trouxeram os melhores nadadores do país. É preciso destacar que para a construção da piscina foi perfurado um dos primeiros poços artesianos da cidade (de fato, o terceiro), que marcaria o nosso futuro graças a novos industriais que surgiriam na década seguinte, fabricando bombas submersas. Era a fase áurea dos salões de baile, quando as melhores orquestras e bandas do país se exibiam nos dois clubes, Tênis e Recreativo, pois as disputas políticas e econômicas se tornavam intensas, refletindo tal disputa em todos os setores. Em 1956, Monte Azul Paulista teria o início da construção do prédio que abrigaria o primeiro Fórum do município, que hoje abriga a Câmara Municipal. Foi inaugurado em 29 de junho de 1957.
OS BAILES:
O Cine Teatro Rui Barbosa, propriedade de Cesario Calin Lopes na época, mudaria completamente no ano de 1957, no auge do cinema mundial, quando sua fachada seria totalmente modificada (permanecendo até hoje, mas sem funcionar e sem o nome, logicamente) e ainda teria um grande palco para apresentações, com novas poltronas, num total de 700, e ainda nova tela e novo aparelho de exibição. Em 1959, surgem as primeiras informações sobre as obras do que viria a ser a Rodovia da Laranja, que passaria desde Ribeirão Preto até Paulo de Faria, passando por Bebedouro e Monte Azul Paulista, ainda por terra, e se tornaria uma grande novela, até seu total asfaltamento, na década de 1970. No mesmo ano, nosso jornal mudaria de mãos, com a família Cione transferindo a propriedade para a família Arroyo.
MODERNIDADES Enquanto a cidade de Brasília era inaugurada, algumas modernidades da época surgiam em Monte Azul Paulista. Em 1960 surgem as primeiras notícias sobre a chegada da transmissão por torres de televisão em nossa cidade, que seriam uma longa novela até realmente obtermos um bom sinal. Uma TV era muito cara na época, além de serem enormes e pesadas. As residências começavam a tomar novos ares, com casas mais práticas e reservadas, com pouca suntuosidade, voltadas a terem mais espaço, conforto e praticidade, e já pensando mais nos veículos de passeio, com garagens e salas maiores, longe dos quartos. Eram as novas residências dos mais ricos. Muitas casas dessa época ainda hoje chamam a atenção. Elas substituíram os casarões com comércio na frente, ou embaixo. Surgiu neste ano de 1960 a Cooperativa dos Cafeicultores de Monte Azul Paulista, embrião da Coopercitrus. Antes dela, apenas a Casa da Lavoura (atual Casa da Agricultura), criada em finais da década de 1940, auxiliava profissionalmente os proprietários rurais. Em 1961 faria sua primeira exportação de café, para a Inglaterra. Neste ano a agência de Correios inicia a construção de seu edifício na praça Newton Prado. O segundo (e atual) prédio da cadeia é desta época. Outra cooperativa, de consumo popular, já estava presente em nossa cidade, mas só teria um estabelecimento parecido com os atuais supermercados a partir de 1968, substituindo os antigos armazéns. Seria outra modernidade, estabelecida à rua Floriano Peixoto. Em 1963 tínhamos notícias sobre indústria de suco a ser instalada em nosso município. Talvez o início do ciclo da laranja, mas que chegaria a sua melhor fase apenas 20 anos depois. No mesmo ano era instalada oficialmente a Escola Normal, anexa ao então Ginásio Estadual, importante conquista. Também no mesmo ano, a comarca de Monte Azul Paulista incorpora o município de Paraíso. É colocada em pauta a construção da primeira creche na cidade, com o apoio dos vicentinos. No final daquele ano seria construída a Fonte Luminosa e outros monumentos na praça Rio Branco, retirando a herma de Rui Barbosa do centro da praça. A melhor reforma feita na praça até hoje, pois ficou muito bonita, e manteve as origens, com muita modernidade para a época.
NOVOS RUMOS Com a derrubada de João Goulart e a posse dos militares em Brasília, o país começa a mudar de forma drástica, e Monte Azul Paulista parece não se importar com as mudanças. Em 1964 é criado o Colégio Comercial, tendo como principal curso o de Técnico em Contabilidade, que marcou gerações no município. Começou a funcionar em 1965, junto com a Escola Normal, que havia formado sua primeira turma no mesmo ano, no prédio do então Ginásio Estadual (atual EMEI Zenaide). No mesmo ano, outro cartão postal é criado em nossa cidade, a avenida Antonio Borges de Queiroz, principal entrada de nossa cidade, com fiação subterrânea. Surgem as primeiras notícias de usinas de cana de açúcar em nossa região. class="separator" style="clear: both;">
A indústria de bombas submersas começa em 1964 a transformar nossa cidade. Era o ano da fundação da primeira indústria, com o nome Fioreze, Tomazella e Cia., ou Dois Leões. Nossa principal, e atual, força industrial estava com o seu primeiro alicerce estabelecido. Em 1965 é criada a Associação Comercial de Monte Azul Paulista, atual ACIMAP. Também é criado o Grêmio Esportivo Monte Azul, o GEMA, por filhos desta terra residentes em São Paulo, mostrando que muitos precisam sair daqui para estudar e trabalhar, mas seguem amando a terra natal. Até hoje.
O primeiro grande empreendimento relacionado à citricultura surge em 1966, com a São Paulo Citrus, que permaneceria por alguns anos, sendo fechada após uma crise forte no preço internacional por volta de 1974, mas pouco tempo depois surgiria o boom da laranja, na década de 1980. No mesmo ano, é noticiado o provável fim da estrada de ferro em nossa cidade. Já bem debilitada, sem modernizar-se, a linha de trem que cortava nossa cidade ao meio, estava com os dias contados, e viria a ter seu último ano de funcionamento dois anos depois, tendo o prédio da estação finalmente removido da rua Floriano Peixoto, e as áreas onde circulava sido leiloadas, encerrando um ciclo de muita nostalgia. Apesar do desejo antigo dos moradores, houve protestos pela derrubada da estação, por seu valor histórico. A era das rodovias atingiria nossa cidade na década de 1970, com o asfalto tomando nossas ruas, principalmente a partir de 1973. Festas de rodeio eram comuns já naquela época (década de 1960) em nossa cidade, sendo realizadas no estádio do Atlético. Campanhas do Lions Clube também eram muito ativas na mesma época, até os dias atuais.

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