Gente da Nossa Terra (GNT)
traz para os leitores e leitoras de A Comarca desta semana a série mensal “Memórias”
com uma história que vai mexer com muitos monte-azulenses, na recordação e no
emocional, afinal fomos pesquisar a vida desta pessoa com quem esteve muito
próxima dela. Estamos falando da história de Maria Antonieta Marocelli, mais
conhecida como dona “Filhinha”, e aqui relatada por sua sobrinha, a advogada
Meive Cardoso, que nos detalhou fatos curiosos desta exímia costureira, que
trabalhou até cerca de 40 anos atrás. “Foi uma época de ouro, diferente, e
falar da minha querida tia ‘Filhinha’ me proporciona muita emoção. Ela era
filha de Thomaz Marocelli e Philomena Pagnano Marocelli e viveu até os anos 90,
dedicando sua vida à família e à formação dos seus irmãos Mário, Moacir, Maria
de Lourdes e Milton. Com 14 anos perdeu a mãe e um dos irmãos e, com as dificuldades
financeiras do pai, resolveu trabalhar com costura e cuidar da casa”.
AUTODIDATA
“Ela gostava muito de leitura,
e era autodidata, estudos mesmo foram poucos, até descobrir o talento e amor
pela costura. Quando começou já sabia que anos mais tarde poderia fazer algo
para ajudar as pessoas a serem mais felizes. O auge da profissão deu a ela o
glamour de costurar para muitas mulheres em Monte Azul Paulista ,
Bebedouro, Olímpia, Marcondésia e até São Paulo”.
DIRETORA E PRESIDENTE
“Naquela época era preciso
criar algo para unir os amigos e a sociedade em torno da alegria e lazer. Foi
quando então se tornou diretora do Monte Azul Tênis Clube e, posteriormente,
presidente. No clube organizou bailes, programou todas as decorações de festas
e dedicou a vida em prol da diversão e entretenimento. Na costura ainda
realizou, nas dependências do clube, eventos como desfile de moda, incluindo
desfile com as crianças da época, trouxe bandas e conjuntos famosos para o
clube, como o Cassino de Sevilha, entre outros”.
AMIGO
“Com o amigo Dirceu Pizarro
fez uma parceria que uniu a arte da costura com a pintura e as decorações de
Natal, Carnaval e Bailes Caipiras eram cada vez mais sofisticados. Recordo as
fantasias que eram bem criativas e cheias de luxo e glamour. Teve um evento no
clube, tipo de uma peça de teatro, que chamava ‘O Sonho da Martinha’, com
participação de crianças, e isso marcou muito para todos que curtiam aquele
momento”.
PÁSCOA
“Na Páscoa ela criava
situações que eram uma delícia, como fazer uma árvore e colocar bombons e
chocolates em torno dela e chamar as crianças para curtir o momento e a data.
Foi assim durante sua vida, fumou muito e dedicou sua vida para a família,
irmãos e amigos. Não se casou e me lembro de uma vez que, em uma das fantasias,
ela usou um pano roxo de uma funerária para vestir o Ângelo Carminati Júnior
como toureiro e ficou lindo. Tudo assim, com muitas ideias e dedicação. Dona
Lizetti (Carminatti) teve um vestido de noiva lindo, entre outras mulheres que
fizeram parte desta historia. Quero agradecer em nome da família esta homenagem
criada na coluna GNT de A Comarca falando um pouco da nossa eterna ‘Dona Filhinha’.
Muito obrigado”, disse Meive Cardoso, sobrinha da homenageada.
Turma escolar em 1928. |
Baile com o "Cassino de Sevilha" em 1954 no Tenis CLube de Monte Azul Paulista. |
Ornamentação de Carnaval no Tenis Clube com pintura de Dirceu Pizarro. |
Fantasias infantis criadas por Tia Filhinha Marocelli. |
O vestido de noiva de Lizetti Carminatti e roupa em desfile vestida por Cacilda Cester Arroyo: criações de Tia Filhinha. |
Baile caipira com criações de Tia Filhinha Marocelli. |